Se o Mês de Setembro foi o da Bíblia, no mês de Outubro é o da Missão.
Bíblia como fonte da palavra de Deus nos interpela para assumir a nossa missão de discípulos. Pois somos convocados e enviados pelo Missionário de Deus-Pai nosso Salvador e Redentor, nosso Senhor Jesus-Cristo. Quando ela nos toca, a de Deus nos faz sair de nós mesmos. Ela nos movimenta e nos desinstala. Ela nos torna colaboradores disponíveis para a missão, para a expansão do Evangelho, da Boa notícia. Esta não pode ser mantida escondida, mas anunciada sobre os telhados de nossa fé e de nossos compromissos com ela. Assim a sua seiva pode penetrar as veias da sociedade e do mundo inteiro. Como palavra viva e eficaz, ela contribui para a eficácia da missão pela ação do Espírito Santo. Este mesmo Espírito que acorda em nós a pessoa de Jesus e nosso ardor missionário, nossa capacidade de nos doarmos por amor a Cristo e aos irmãos, e irmãs.
A dimensão missionária requer de cada batizado um comprometimento, uma missão intransferível. Missão pessoal que cabe a cada um de dar sua resposta ao Senhor que chama e envia para fazer de todos discípulos e transmissores da Boa nova da Salvação. De modo particular neste ano do Laicato, os leigos (as) de nossa Igreja são convocados a darem-se, a saírem-se de si mesmos para irem-se nos areópagos da vida. Aí, muitos irmãos esperam encontrar mensageiros (as) do Evangelho, verdadeiros discípulos(as) engajados e apaixonados para partilharem suas experiências pessoais com outros que ainda não tiveram a oportunidade de ouvir a mensagem do reino de Deus.
Considerando o contexto atual com seus desafios e incertezas, as tentações que ameaçam fechar-nos nos nossos medos e obviamente nossa mente e nossos corações, a nossa mãe Igreja faz ouvir esse apelo a retomarmos o mesmo zelo apostólico, o mesmo entusiasmo que vai a missão expandida apesar da perseguições sofridas, violências, martírios etc…
A missão é sempre uma exigência da fé. A Igreja é essencialmente missionária, chamada a caminhar com os homens e as mulheres de nosso tempo. Ela é enviada para mostrar-lhes as direções certas para um verdadeiro encontro pessoal com Jesus Cristo, provocando conversão e mudança de vida.
Em São Lucas 9,1-6, o Mestre convoca os Doze com algumas setas para o caminho da missão. Ele dá as orientações necessárias para os enviados, o espirito despojadamente, a confiança na Providência Divina e a acolhida dos irmãos.
O missionário deve ser livre e disponível, toda entrega ao anúncio do reino e à Salvação dos homens e das mulheres. “A Igreja que vive no tempo é missionária por sua natureza enquanto tira sua origem da própria missão do Espírito Santo, segundo o plano de Deus…
Por outro lado, na atual situação das coisas, em que se vai delineando uma nova condição para o homem, a Igreja, sal da terra e luz do mundo, adverte de forma mais urgente para a própria vocação de salvar e renovar toda criatura, para que todas as coisas sejam recapituladas em Cristo, e os homens nele constituam uma só família, um só povo de Deus (AG 2 e 1).
Os cristãos são necessariamente a alma do mundo. Não por serem melhores que os outros, mas pelos valores em que pautam suas vidas, pela sua contribuição na construção de um mundo mais justo, mais fraterno e mais humana. Reparemos que não é o mesmo ter fé do que viver na fé. O justo vive da fé (He 10,38) o cristão encontra o seu impulso vital na fé. As tomadas de posição da sua vida fazem-se a partir da fé, e é então que experimenta esse lucro de que fala Santa Teresa que é o prêmio dos que só n’Ele confiam.
O mar torna-se sólido e firme sob seus pés como quando Pedro caminhava sobre as águas; a vida, pelo contrário, torna-se flutuante e tenebrosa para quem hesita, como quando Pedro começou a afundar entre as ondas por ter duvidado (Mt. 14,22-23).
Que cada batizado se sinta chamado para um reavivamento da dimensão missionária de nossa igreja.
Pe. Wilner Catilus SSST